Syba: Jogando Dragon Age Inquisition até praticamente dormir em cima do teclado. De novo.
Gabi: É... Culpada... n.n'
A estrela da série sobre jogos esse mês não é um jogo de fato, assim, oficial, feito por produtoras como Bioware, Bethesda e tals. É um jogo... Mod.
Feito pela equipe SureAi, alemã, hoje vamos falar de Enderal: The Shards of Order, um mod-game-conversão para Skyrim. :)
E UM DOS MELHORES ROTEIROS QUE JÁ VI NA VIDA! *nocaute by Syba*
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O Universo
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Primeiro de tudo, Enderal, assim como ocorre com The Elder Scrolls, é o nome do lugar onde o jogo se passa, uma "ilha" de proporções continentais. Enderal está passando por diversos problemas, entre políticos e de "saúde pública". (
Essa tal Ordem, ela é a religião e o governo de Enderal, e também é a responsável pela divisão da população nos "Paths" (Caminhos), que na verdade estão mais para uma organização de castas: os Paths mais altos podem ser da nobreza e da ordem, outros Paths são caçadores, mercadores e assim sucessivamente. Por causa de tudo que a Ordem está passando, a gente entende o subtítulo, "The Shards of Order": Os Fragmentos da Ordem.
Além dessas questões quanto ao momento em que o jogo se passa em Enderal e sobre seu governo (que eu achei bem inteligente e interessante), é importante destacar também como a magia funciona no universo de Enderal, porque ela coloca uma limitação muito interessante ao se considerar games de RPG: quer jogar bolas de fogo? Vá em frente. Invocar um elemental para lutar com você? Ora, por que não? Quer se curar tomando uma poção de saúde ou usando um feitiço? Hmmm, pense melhor. Se fizer muito isso, pode acabar morrendo.
SIM! Tomar poções de cura e usar feitiços de cura precisam ser usados com parcimônia. Cada um deles aumenta o status chamado de "weird fever" (febre estranha/febre bizarra); quanto mais alto esse status, mais problemas para quem é capaz de usar magia, até que "Adeus mundo cruel" quando alcança a porcentagem máxima. Só tomando Ambrosia (rara E cara) para baixar a weird fever. Ah, sim, como em Skyrim, também é possível regenerar saúde comendo... Mas só fora de combate com a maior parte dos alimentos.
Isso me trouxe um desafio interessante, especialmente porque não há uma regeneração de saúde constante como em Skyrim, nem posso usar muita poção de saúde, como faço em praticamente qualquer outro jogo: precisava realmente considerar com cuidado meus movimentos durante o game, pra upar as habilidades do personagem e como enfrentar os inimigos (
O ambiente do jogo é incrível. As montanhas passam uma sensação de frio muito boa, as florestas, tropicais, temperadas e de transição, são incrivelmente lindas e detalhadas, e as áreas de deserto que temos em determinada região da ilha são tão bem feitas quanto. É simplesmente muito lindo de ver e percorrer; sem o fast travel (viagem rápida aos leigos), é praticamente só andando de um lado pro outro que se alcança os lugares, e era legal fazer isso. E isso de alguém que morre de preguiça de andar por cenários gigantescos. Sério. Melhor coisa do mundo fast travel. Mas em Enderal... Com exceções, consegui não sentir falta do tal fast travel.
É um universo muito rico e com muito mais a ser dito, mas aí eu entraria muito no campo dos spoilers e eu realmente gostaria de convencer vocês a experimentarem o jogo por si próprios ;) (
O Protagonista e Demais Personagens
Estava incerta se falava sobre o prólogo aqui ou na parte da "História", mas considerando como ele acaba por influenciar em como vemos o personagem que controlamos e como o assumimos e todo o mais ao longo do jogo, acredito que se encaixa bem falar sobre aqui, na parte dedicada aos
personagens.
Print que tirei aqui do começo do jogo |
Esses sonhos com o Daddy chegam mais vezes ao longo da história, começando sempre da mesma forma, mas terminando diferente, com pedaços desse lado do passado do protagonista que envolve sua família, e sinceramente? Cada vez que eu passava por um desses sonhos de novo, sentia vontade de chorar com as coisas que o Daddy fala, com o que era revelado; eu realmente virava o personagem, e a sensação só era aumentada por, nessas partes, ser impossível mudar a visão de primeira para terceira pessoa, e como num sonho, ser impossível mudar algo, só podendo "seguir a corrente". Foi algo que os desenvolvedores manipularam incrivelmente bem.
Claro, o protagonista não é "apenas isso", esses pesadelos estranhos e destroçadores: conforme se progride na missão principal, o protagonista passa a ser conhecido e chamado como "Prophet" (Profeta). Mas até ele chegar lá... Hmmm, dá trabalho. Lembram mais ali pra cima, que eu falei que acordamos num navio como clandestinos? Então. Estamos junto com um amigo, Sirius. E somos pegos. E Sirius é morto e o protagonista, apenas jogado na água, e é nessa que alcança Enderal, acordando numa praia e tendo sonhos estranhos que o "guiam". Porrada atrás de porrada quando o assunto é Enderal, isso eu garanto.
Além do protagonista, temos 3 outros personagens que eu acho essenciais falar sobre, porque são os três com quem mais convivemos e mais conhecemos ao longo do jogo, embora todos aqueles com quem interagimos sejam muito bem desenvolvidos e mereçam ser lembrados. Mas esses três são "os três", pelo menos para mim: Jespar Dal'Varek, Calia Sakaresh e Ryneus. Especialmente por causa dos plot twists FERRADOS de três missões específicas.
Jespar e Calia são companions: lutamos ao lado deles em algumas missões da linha principal da história, e ambos são romanceáveis tanto para personagens femininos quanto masculinos.
Jespar é o primeiro que encontramos, logo no começo do jogo, quando ele te acha num lugar onde houve uma batalha e cuida dos seus ferimentos. É através dele que avançamos na história principal no começo do jogo, logo após chegarmos a Enderal. Ele é um mercenário que trabalhava para um dos magos de Nehrim (outra nação desse universo) que estão aliados à Ordem no momento, muito bem escrito, e conforme o jogo principal avança e o conhecemos melhor, ele se mostra um personagem muito interessante. A missão de plot twist ferrado dele quase me fez ter um piripaque. E falar com ele depois dessa missão é bem... A gente se sente mal por ele, basicamente.
Calia é a segunda dos três que a gente encontra. No momento, não lembro exatamente como a conhecemos, mas diferente de Jespar, um mercenário, Calia é uma integrante da Ordem. Ela também salva a nossa pele, umas duas vezes. O background dela é tão bem desenvolvido quanto o do Jespar, e a missão com plot twist dela quase merece um "PRECIOSA DEMAIS PARA ESSE MUNDO!". Tipo... É um "caramba" e "pqp" atrás do outro.
Fonte (tem haver com o Ryneus o quadro. Só direi isso ç_ç) |
O jogo inteirinho é dublado (exceção para o personagem que controlamos). Tanto na versão inglês, quanto em alemão. Ajuda MUITO na imersão, especialmente porque a dublagem é de primeira: os dubladores fizeram um ótimo trabalho, e é bem fácil pegar o sentimento dos personagens só pela voz.
A História
Lembra que na seção sobre o protagonista eu falei que o tal passa a ser conhecido como Prophet eventualmente? Isso é por causa das visões sobre o passado, sobre um povo que veio antes e que deixou vestígios, que o protagonista tem. O título é "entregue", ou melhor, revelado, pelo atual responsável pela Ordem e pelo governo e proteção de Enderal (que meu cérebro de Dory fez o favor de esquecer o nome). Isso só acontece depois de um bom bocado de percorrermos a história principal, e é quando afinal descobrimos sobre os High Ones (traduzo como algo como "Elevados) e os Emissários que eles escolhem.
Não se deixem enganar pelos nomes bonitinhos. Os High Ones são basicamente os Reapers de Mass Effect: os habitantes desse mundo passam por ciclos chamados "Cleanse" (purificação; limpeza), onde toda a vida vai-se embora. Os Emissários são elementos desse ciclo que... Lutam... Contra a Cleanse. O protagonista é um desses. Quem te fala que você é o Prophet é outro. E tem mais alguns.
Assim como ocorre em Mass Effect 3, eventualmente descobrimos um equipamento que em teoria vai destruir os High Ones e terminar com o ciclo para sempre. As semelhanças bem dizer terminam aqui: os criadores de Enderal fizeram um trabalho de roteiro MUITO melhor com essa questão de ciclo na hora de encerrar a história, comparado com o que fizeram em ME3. ME3 é bom? É. Mas deixou a desejar nas explicações e no encerramento quanto aos Reapers. Enderal, com o mesmo elemento de "ser overpower tentando acabar com a vida", equipamento que pode destruí-lo e tentar salvar o mundo, trabalhou muito melhor, fazendo uns plot twists muito mais interessantes e bem colocados e lógicos. Pelo menos na minha opinião.
Não vou contar muito além disso da história principal - tem muito que não contei aqui, inclusive do que nem está tão inserido assim na questline principal -, porque vou me sentir estragando toda a diversão de descobrir por si próprio. Mas garanto: é bom. É muito bom. Em quesito "plot twist que explode o cérebro", deixa muito jogo e muito livro no chinelo.
A Trilha Sonora
"Trilha sonora, Gabi? Suas outras postagens sobre jogos não falaram sobre."
Sim, fato. Isso é porque é raro a trilha sonora de um jogo me pegar de jeito. Dá pra contar facilmente quais jogos fizeram isso: Cupid (Visual Novel), a ending song de Dishonored, Honor for All, e as músicas de entrada de Borderlands. E Enderal, obviamente.
Mas diferente com esses outros que mencionei, onde é só algumas músicas, com Enderal é a trilha sonora inteira. Marvin Kopp é o principal compositor, pelo que percebi, e ele fez um ótimo trabalho. São totalmente instrumentais, imersivas e combinam perfeitamente com o que é apresentado. A minha favorita é Fleshless, a música que toca no prólogo e durante os sonhos do protagonista. Siiim. Uma música com o nome de um tipo dos esqueletos morto-vivos. Qual a ligação? Joguem pra descobrir. É um daqueles momentos "pqp".
Prophet, uma que toca em batalhas (tem uma de mesmo nome que toca em diálogos) também é linda demais. Consegue ser melancólica e agitada de um jeito que exprime muito bem o que ser o tal Prophet significa quando todas as revelações são feitas.
Basicamente, as músicas, suas melodias e títulos, combinam perfeitamente com o jogo. Parabéns aos responsáveis pela trilha sonora!
Ouçam as minhas favoritas abaixo :3
Fleshless
Prophet
Enderal é simplesmente um dos melhores jogos em que já coloquei as minhas mãos, simples assim, e serei eternamente chata tentando convencer outros a jogarem u_u
O jogo, como já mencionei, é um mod. Gratuito. Vocês podem baixar aqui, tanto em inglês, como em alemão (
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Mande beijo pra mãe, pra tia, pro namorado(a), pro cachorro, pro passarinho, dance cancan, enfim, fique a vontade, a dimensão é sua.
Syba: Mas não faça piada do meu cabelo... u.ú
Gabi: Tá, tá... ¬¬