O retorno das resenhas...
Resenha pra escrever tem um monte, paciência e tempo tem não... .-. (leva pedala da Syba)
Syba: Minha cara Gabi, se você fosse mais organizada, não passava por isso...
Gabi: E eu não sei? '-'
Editora: Novo Século –
Novos Talentos da Literatura Brasileira
Autor: Renato C. Nonato
Páginas: 615
“Ela estava atônita
diante da visão, o corpo em queda livre em Saturno, o parque temático da
Esfera. Raquel rodou e rodou, dando mortais e piruetas sem sair do lugar,
graças à grande corrente de ar na direção contrária. A sensação dava frio na
barriga, atiçava a liberdade, e mais... Sentia-se voando naquele céu
artificial, como um peixe num oceano de pouca densidade. Era fácil entender por
que voar foi uma coisa tão cobiçada por povos de eras passadas.” Pg. 8
Terras Metálicas, de Renato C. Nonato, se foca na aventura
de Raquel e seus amigos na Esfera, um ambiente totalmente artificial no
interior da Terra, construído muito tempo atrás devido à radiação resultante de
guerras nucleares na superfície. De forma bem resumida, graças à uma frase dita
por uma das professoras de Raquel após ela se tornar uma Túnel, o grupo,
constituído por Tales (um Bio), Ângelo (um Exilado), Camila (uma Túnel), Liceu
e Tashi (os dois últimos, mascotes eletrônicos de Camila e Raquel,
especificamente), acaba descobrindo que o chamado Mainframe, a IA que cuida dos
sistemas vitais da Esfera, está com um atraso, que em 3 anos, colapsará por
completo.
A história é boa. Muito boa. É melhor ainda os momentos de
tensão quando o grupo se infiltra na sala dos professores para conseguir
verificar a veracidade da informação passada pela professora e depois no centro
da Esfera, a Sede, e onde o Mainframe se encontra, e quando Isabela, uma
Sibério e neta do Regente, e sua mascote Nirvana se unem à aventura.
Em meio à essa aventura, em que eles tentam descobrir como
resolver o problema do Mainframe, existe a Facção, um grupo que vai contra a
Elite, por os condenarem à esconder o problema do
mainframe da população da Esfera, e o grupo se vê jogado no meio dessa briga em certa altura do livro.
É um momento tenso em que até dá medo de continuar lendo e descobrir o que vai
acontecer.
Entre os melhores momentos da história, está a luta contra a
Facção, em que alguns dos personagens que possuem a inimizade de Raquel se
mostram pessoas interessantes que eu fiz bem em gostar desde o início, além de
ser realmente cheia de ação e de fazer a gente roer as unhas, e os últimos
capítulos, em que o grupo está realizando a única ação que acreditam ser
possível para ajudar a resolver o problema do mainframe (E que eu não vou
contar porque é spoiler).
Os personagens possuem personalidades que são bem destacadas
e expostas de acordo com suas ações, que na minha opinião, são melhores que
qualquer outra coisa para definir um personagem num livro.
Sobre os termos Túnel, Bio, Sibétio, Antena e Exilado, deixo
para o livro responder essa questão.
A capa me faz pensar no Tashi, mas também em como seria a
Esfera vista de fora, e a revisão foi muito bem feita, embora um trecho ou
outro tenha ficado meio confuso e tenha sido necessário voltar um pouco e
reler.
Tenho somente uma única crítica: não é exatamente pelo livro
ser longo, mas particularmente, acho que algumas cenas podiam ter ficado de
fora ou serem reduzidas. Embora elas tenham feito parte da construção dos personagens e do mundo, são cenas
que, como um todo, na história, não fizeram uma diferença tão grande. Por
exemplo, antes de acessarem as informações conseguidas na sala dos professores,
existe uma grande cena descrevendo o grupo jogando o chamado Esfera Avançada,
com óculos de realidade virtual, que, particularmente, acredito que podia ser
uma cena pelo menos reduzida na versão final. Sim, é ótimo para ajudar a mergulhar
na história e no mundo da Esfera, mas a cena como um todo podia ser mais curta,
sem descrever em detalhes a partida do jogo. Opinião minha.
Apesar disso, recomendo o livro. É uma história excelente,
ótima para representar a literatura nacional de scifi, com um final meio que em
aberto e que me faz perguntar se existirá uma continuação.
Enfim, é apenas por causa das que eu classifiquei como “cenas
desnecessariamente longas” que o livro perdeu um coraçãozinho.
Classificação final:
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Mande beijo pra mãe, pra tia, pro namorado(a), pro cachorro, pro passarinho, dance cancan, enfim, fique a vontade, a dimensão é sua.
Syba: Mas não faça piada do meu cabelo... u.ú
Gabi: Tá, tá... ¬¬