Deitei no chão, pouco
ligando para a terra e os galhos. Fechei os olhos e me concentrei no barulho da
água que corria no riacho próximo. Apenas isso.
Tínhamos voltado para
Manaus, para onde tinham ocorrido as festas. Eu conseguira despistar todos e me
embrenhar na floresta. Precisava de um tempo...
Estávamos preparando
o “funeral” de vovó e das demais Fadas que tinham morrido durante o ataque um
dia antes de Esperança – por terem de ficar mudando de lugar, não foi possível
enterrá-las antes. Seria ali que vovó seria enterrada. Onde daríamos nosso
último adeus. Para todos os efeitos, ela seria cremada. Estaria isso no
registro de óbito. Mas, nas tradições das Fadas, somos enterradas em Florestas,
plantando uma árvore pra marcar o local. Árvore essa que seria a floresta que
diria qual seria. Nós não tínhamos o direito de escolhê-la.