Ando sumida, eu sei, a vida de estudante de RI, mba, dois idiomas e Krav Maga, escrita e desenho é meio insana e meio "Socorro, o que faço?!". Peço mil desculpas por isso. O blog nunca irá ser desativado, mas que vai ser sempre um ritmo meio tartaruga, isso será. Mas prometo que não vai parar e inclusive tenho algumas ideias bem interessantes de matérias relacionadas à construção de mundos. Aos poucos vocês continuam ouvindo de mim.
Mas vamo que vamo.
A postagem de hoje é especial num certo nível. Mais uma postagem para a coluna de jogos, com uma estrela muito especial e que deu o que falar: Hellblade Senua's Sacrifice.
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A Polêmica
Produzida pela Ninja Theory, mesma produtora do último Devil May Cry lançado (
Por que teórica possibilidade? Porque, aparentemente de acordo com alguns jogadores que fizeram testes, não, o save não é excluído permanentemente; entretanto, a protagonista acredita que vai morrer/pirar de vez eventualmente, então essa tensão de "exclusão do save" foi usado para ajudar na imersão do jogador.
Mas peralá que acho que confundi vocês. Vamos por parte e falar do jogo em si e de sua história e gameplay, extremamente entranhados entre si e com essa "notícia" de exclusão de save para entregar uma experiência única e marcante.
A História
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E é essa jornada, da chegada ao portão de Hellheim até a batalha contra Hell pela alma de Dillion, que percorremos. Sempre acompanhados das vozes. O que são as vozes?
Senua ouve vozes. Diversas, sempre falando em frases e tons diferentes, mais intensas e frequentes e sobrepostas em batalhas, onde tanto dão avisos e incentivam ou zombam de Senua. Quando comecei o jogo e elas iniciaram - eu não sabia de suas existências - fiquei extremamente surpresa e foi algo que me agradou a ponto de surtar sobre o assunto no facebook, falando sobre como era exatamente aquilo que eu imaginara para Arely em "Arely A Mensageira" (
Essas vozes estão ligadas à escuridão, algo indizível dentro de Senua e que também estava em sua mãe, uma maldição dos deuses. E é isso, essa escuridão, a razão da crença de Senua sobre sua morte: cada morte dela é uma espécie de visão, e o trauma de experimentar a morte permite o avançar da escuridão.
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Conforme o jogo corre, com Senua enfrentando servos de Hell - destaque para a batalha do terceiro boss, Garm, e o percurso até ele, que para a cagona aqui foi um pesadelo -, encontrando runas que reativam suas memórias sobre o que Druth lhe contou, relembrando e enfrentando os acontecimentos de seu passado - a infância abusiva com o pai por conta da escuridão, quando conheceu Dillion, o momento em que achou seu corpo e tantas outras -, passamos a notar melhor a sutiliza da história e percebemos o que exatamente é a escuridão: esquizofrenia/psicose. É algo que podíamos presumir devido aos avisos no começo do jogo, sobre a produtora ter consultado psiquiatras e psicólogos, mas ainda assim, ele desenvolveram de tal forma que é ao mesmo tempo fantástico e real e óbvio e não tão óbvio. É a medida certa.
Sob essa ótica, essa nova percepção, passamos a entender melhor Senua e o universo apresentado, nos fazendo perguntas e ligando as peças, até que o jogo culmina num final que considerei magnífico que eu não esperava de todo e me fez chorar. Muito.
A Construção do Universo
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Os inimigos - desde os homens do norte até a própria Hell - foram muito bem conceituados e até arrepio com como Hell tem um rosto impassível, de deusa, de imortal. Os cenários também são lindos, com destaque total para o submundo de fato e para os puzzles que temos de resolver para avançar no cenário, o que deixou a jogabilidade bem variada e divertida.
E chamo atenção para a captura de movimento e animação usada para Senua: ela é a única personagem além de Hell que vemos seu rosto claramente, sem máscaras ou sem algo meio nebuloso de memórias, e cada momento, de memórias a batalhas a momentos onde Senua está para morrer, vemos claramente as expressões faciais dela, tudo que ela está sentindo - dor física e principalmente emocional - estampado e contando toda uma história por si só.
E a história, claro. Cuidadosamente construída, com cada diálogo, lembrança e cenário trabalhando de forma coesa e simbiótica para tentar nos passar como Senua se sente - salas cujas entradas somem, veias de escuridão cobrindo o ambiente, as vozes sempre presentes, os momentos onde a escuridão impera e Senua precisa confiar em seus outros sentidos para avançar (
Tudo isso junto transformou o jogo numa obra de arte. Foi uma experiência intensa e sentimental e marcante que pretendo repetir uma vez a cada seis meses. Fiquei quase um mês de ressaca gamer, incapaz de jogar qualquer coisa, mas por uma boa razão.
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Um monte de imagens da Senua diva S2
Bônus
A ending song, durante os créditos, é maravilinda, combina perfeitamente, e dá ainda mais vontade de chorar. Recomendo mil vezes S2
Bônus 2
Apesar de eu ter AMADO o jogo, devo destacar que existem outras opiniões que achei muito válidas. Acrescento aqui o link para um artigo escrito por alguém que sofre com doença mental (pelo que percebi, não especificou qual), que encontrei enquanto procurava imagens para o post. Está em inglês, mas acho extremamente válido divulgar esse tipo de perspectiva, e senti um tabefe mental lendo o texto.Esse texto, incrível, pode ser lido aqui.
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Mande beijo pra mãe, pra tia, pro namorado(a), pro cachorro, pro passarinho, dance cancan, enfim, fique a vontade, a dimensão é sua.
Syba: Mas não faça piada do meu cabelo... u.ú
Gabi: Tá, tá... ¬¬