As mãos pálidas, cheias de sardas
escuras, dançavam sobre o corpo magro de Alanna, distantes alguns centímetros.
O espírito da Água sussurrava em sua mente que tinham feito um bom trabalho ao
tirar a água de seus pulmões, e que, apesar de uma luta tão violenta contra uma
Súccubo, ela não tivera danos internos, e os externos não ultrapassavam os
limites que ela já se acostumara.
A garota suspirou, recolhendo as
mãos lentamente e então se virou para a criança ao lado dela cujas
características a faziam pensar num riacho murmurante e veloz, correndo por
entre pedras quase em total silêncio. Os olhos verde-folha, com uma auréola
mais escura de verde dividindo a cor mais clara em dois círculos, brilharam
quando sorriu, a pele pálida e cheia de sardas das bochechas se erguendo e
ocultando parcialmente os olhos que lembravam uma espécie de trevo de quatro
folhas. Em seguida, fez uma reverência graciosa ao espírito, o cabelo liso,
longo e ruivo, um tom forte de alaranjado, caindo sobre as laterais de seu
rosto como uma cachoeira. O espírito fez uma reverência ainda mais graciosa
antes de desfazer-se em água repentinamente, como um balão cheio de água furado
por uma agulha.
Com a ajuda da bengala de
ameixeira silvestre, movimentou-se até a cadeira de vime na parede ao lado da
cama, o bip-bip dos aparelhos ligados
à Shaman rodeando-a suavemente. Pouco depois de se acomodar e tirar um livro da
bolsa pousada no chão, a porta se abriu, Nilton adentrando o ambiente quase
estéril do quarto do setor médico da unidade.
- E então? – ele perguntou,
parando ao lado da cama e colocando as mãos nos bolsos da calça, os olhos
negros observando a expressão serena que a filha fazia ao dormir.
- Ela vai acordar logo. Davi agiu
rápido e foi eficiente ao tirar a água dos pulmões. E ela não teve danos
internos, então, pode relaxar. – ela sorriu, os lábios finos e rosados se
esticando larga e despreocupadamente.
- Obrigado por verificar, Glen.
- Não precisa agradecer. Faria
isso sem precisar pedir; ela é como uma irmãzinha pra mim, você sabe disso. –
Glen continuava sorrindo, antes de se focar no livro sobre ervas medicinais que
parecia ter no mínimo dois séculos de existência.
Nilton sorriu de leve para a
Druída de meros dezesseis anos, mas que agia como se fosse bem mais velha,
antes de focar no rosto de Alanna, sentindo seu coração bater num compasso mais
tranquilo agora que Glen confirmava que a garota estava bem, apertando a mão
por cima do lençol com carinho antes de sair do quarto.
Olhou de forma desolada para a
tela do computador.
Duzentos e sessenta e sete mortos,
com mais cinco em estado grave na enfermaria. Quase dois terços dos membros da
oitava unidade.
A linha de comando? Praticamente
inexistente. Ele, com seu cargo de “Investigador-Chefe”, muito abaixo do
comando que era de Helena, era o único vivo com autoridade suficiente para dar
ordens em todos os sobreviventes. Davi, Encarregado-Chefe dos sistemas mágicos
e eletrônicos, vinha em seguida.
Para completar, não podia sequer
ligar para a primeira unidade e informar os acontecimentos: ele não estava
entre aqueles que tinham patente o bastante para saber os códigos necessários
para aceitarem o que quer que ele dissesse.
Suspirou, se inclinando na cadeira
giratória com enfado, tendo uma visão mais ampla da mesa anteriormente ocupado
pela Glaistig que tinha lhe garantido proteção contra o clã.
Ao lado do computador, havia dois
porta-retratos. O mais próximo era eletrônico e mostrava em sequência aleatória
fotos dela com membros da unidade ou apenas eles, como a foto naquele momento,
com ele, Alanna, Davi e Glen jogando WAR. No outro, uma foto dela com os
comandantes das outras sete unidades, usando seus uniformes com o heptagrama
com infinitos estilizados nas pontas, no meio de um ouroboros de duas cobras,
uma branca e uma negra, o brasão da Ordem, do lado esquerdo do peito; cada um
tinha uma das pontas ou o ouroboros mais destacados devido às cores, indicando
à qual das unidades pertenciam.
Pastas e folhas avulsas de
relatórios, junto de canetas coloridas, dividiam o resto do espaço com um
telefone com fio.
Imaginou se ela teria deixado os
códigos anotados na gaveta, por precaução. Estava prestes a abrir uma delas e
vasculhá-la, quando o porta-canetas de metal vazio caiu com estrondo, rolando
até alcançar a parede forrada de livros atrás dele.
- Entendi, Helena. Não mexer nas
suas coisas... – murmurou, afastando a cadeira e se levantando, começando a
andar de um lado para o outro no tapete persa, matutando como resolveriam o
atual problema de falta de alguém preparado para lidar com o comando – algo que
Nilton nunca se enganaria achando que estava apto.
Como as coisas tinham entornado
tanto?
Quando Alanna abriu a porta do
escritório de Helena e entrou com sua cadeira de rodas repentinamente, a
expressão nos olhos de Nilton declarava que ele estava quase desistindo, se
deixando cair no tapete e começando a chorar feito uma garotinha cujo bicho de
estimação morrera. Ela já tinha visto a cena, quando ele acreditara que ela
realmente estava morta poucos anos atrás, e lançou um agradecimento aos céus
por ter chegado a tempo de evitar uma cena tão deplorável – seu pai não merecia
descer tanto na escala de desespero, especialmente se estava tomando o remédio.
- Filha! – ele a cumprimentou
efusivamente, enchendo seu rosto de beijos carinhosos e aliviados. Ela não sabia
se por ter evitado a tal cena vergonhosa ou se por já estar acordada.
- Ok, ok, já entendi... –
conseguiu se livrar do carinho excessivo com certa dificuldade, sorrindo tímida
e agradecidamente.
Davi tinha lhe contado os
resultados da invasão, antes de continuar a convocar de volta os membros que
estavam espalhados pelo continente, realizando missões. Alanna logo percebera
que Helena provavelmente ainda não fizera a passagem, sabendo que eles
precisavam urgentemente dos códigos de segurança que apenas o comando possuía.
Puxou dois eletrodos do aparelho
protegido por um tecido acolchoado que tinha sido preso às costas da cadeira.
Com prática, colocou cada um numa das têmporas, apertando um botão no joystick
que controlava o transporte.
Dois pequenos choques foram
lançados, e outros em seguida em pequenos intervalos. A queimação familiar se
espalhou desde sua coluna até a ponta dos dedos, e então sentiu-se ficar
momentaneamente mole, se largando na cadeira.
Procurou regular a respiração,
sentindo a constante corrente elétrica que o gatilho proporcionou, antes de
erguer o olhar. Helena estava ali, abaixada à sua frente, sorrindo de leve.
- Precisamos dos códigos, Helena. – projetou na direção do espírito,
que se ergueu e estendeu a mão.
- E vocês terão. – a Glaistig movimentou os lábios. Sorrindo, a
Shaman estendeu a mão e tocou a que lhe era estendida, abrindo-se e deixando
que Helena, mais uma vez, dividisse o espaço de seu corpo.
Senti-me bem ao sentir de novo a mente de Helena ali, junto da minha.
Eu quase podia sentir seu espírito fazendo cafuné na minha cabeça, do jeito que
ela fazia quando eu chegava de alguma missão.
Ela levantou nosso corpo da cadeira de rodas e soltou o gatilho das
minhas têmporas – ele era apenas isso, um gatilho para incentivar o meu poder
natural –, antes de caminhar até sua escrivaninha, minhas pernas finas e fracas
pela falta de uso ainda parecendo não atrapalhar – essa capacidade que os
espíritos têm de movimentar esses membros insensíveis sempre me fascinou.
Nosso corpo se acomodou na cadeira rotatória; Helena colocou o telefone
no colo e então deslocou todo o meu peso para as costas até o encosto inclinar
e ela poder colocar meus pés cruzados em cima da mesa. Do mesmo jeito que qualquer um quase sempre a
veria ao entrar em seu escritório.
A vi digitando o número de telefone da central e senti quando ela
colocou o fone na minha orelha. Do outro lado, a voz de Joseph, um dos nove
membros do Conselho da Stella Bianca e o responsável pela oitava unidade,
atendeu ao telefone.
- Joseph, Oitavo Conselheiro falando. – a voz dele parecia distante, um tanto preocupada...
Será que aconteceu mais alguma coisa, além do ataque à minha unidade?
- Quem não sabe se controlar é tão sem defesa como uma cidade sem
muralhas.
Os códigos de segurança são ditados populares? Estranho e...
Interessante.
- Quem toma cuidado com o que diz está protegendo a sua vida,
mas quem fala demais destrói a si mesmo. Alanna, é você? Sua voz está
estranha... O que aconteceu? Perdemos contato com vocês desde ontem de manhã...
E como sabe os códigos? – ele parecia
mais atento, mais presente.
- É e não é Alanna... – Helena desenhou um sorriso triste em nossos
lábios, olhando para Nilton de forma a pedir-lhe que saísse. Meu pai sorriu
tristemente e balançou a cabeça em afirmativa enquanto fechava a porta atrás de
si, apenas minha cadeira de rodas ocupando o meio do tapete. – Tenho tanta
saudade de você e do nosso brotinho de gente... – nossa voz ganhou uma inflexão de tristeza, Helena enrolando o fio do
telefone no dedo de modo distante.
- Helena...? – uma pausa que julguei ter um tom de
incredulidade. – O quê...? –
outra pausa, dessa vez mais longa. - Como?
- Demônios liderados por uma
Súccubo chamada Éris nos atacaram. Não sei como eles entraram, mas estavam
atrás dos globos-arabescos do poço... – nossa
voz saiu baixa, enlutada. – Eles arrancaram minhas asas e quebraram meus
cornos antes que eu pudesse reagir, e então me mataram quando me recusei a
ajudá-los... – Helena tirou os pés da
mesa e se endireitou, colocando o telefone em cima da madeira. – Se Alanna
e Davi não tivessem aparecido, eles provavelmente teriam conseguido o que
queriam...
Joseph ficou em silêncio por um longo tempo, nós duas ouvindo apenas
sua respiração, antes dele se decidir a falar.
- Quantas baixas? E eles
levaram outros globos-arabescos, imagino...
Helena ergueu o olhar para a tela do computador e mexeu o mouse, a tela
se acendendo do descanso, e leu os números que Nilton tinha escrito minutos
antes.
- Duzentos e sessenta e sete
mortos e cinco em estado grave na enfermaria. - engolimos em seco. Ambas queríamos fazer isso.
Eu não tinha ideia de que tantos de nós estavam mortos. De que tantos
que eram parte de minha família não existiam mais. Os Fae Padrinhos e Madrinhas
deles vão pirar quando descobrirem, especialmente por não terem nem sentido
quando o laço de sangue se desfez, caso contrário, estariam tentando entrar
aqui desde muito cedo.
- A maior parte dos mortos são membros humanos da unidade... Dos
que estão vivos, a maior parte estava ou está em missão... Davi está
convocando-os de volta... – Helena fez
uma pausa, olhando para o teto com arabescos de folhas e flores num tom opaco
de cinza devido à ausência de um comandante, com ar tristonho. Eu gostaria de
poder consolar seu espírito, mas não tinha ideia do que falar. – Eles
levaram muitos globos-arabescos... Algumas Chichihuateteo, Kurupi, Ao Ao,
Boitatá, e muitos outros seres cujos atos e poderes os colocam no mesmo nível
dos Demônios... Não sei quantos ao todo. – senti
a Glaistig franzir os lábios com desgosto, antes de baixar o olhar novamente e
começar a traçar círculos com os dedos na superfície da mesa.
- Meu Deus... O que eles
querem? – a voz dele estava com um ar
descrente e quase desesperado.
- Não sei, Jos... Só sei que você
precisa enviar alguém para comandar a unidade e remanejar gente para repor o
que perdemos... Nilton e Davi, que são os mais graduados sobreviventes, estão
segurando as pontas aqui, mas não vão durar muito tempo...
- Vai ser difícil, Lena... Só a
primeira unidade está intacta...
- Como assim? – só a primeira unidade intacta?
Espíritos...
As outras unidades também foram atacadas?
- A oitava unidade não é a
única que foi atacada... Os Demônios deram o ar de sua graça nas outras também.
Não conseguiram nem se aproximar da primeira por causa das defesas, mas
conseguiram entrar na segunda, na sexta e na sétima e levar muitos globos
arabescos... Na sétima, levaram até mesmo os que Agloolik, Akhlut e Sedna
protegiam...
- E a terceira, a quarta e a
quinta?
- A terceira e a quarta são as
unidades com maior efetivo. Sofreram algumas baixas, mas os Demônios foram
afastados. A quinta eles quase conseguiram. Foram afastados, mas baixas altas
também.
- Mas no final, a oitava levou a
pior, por sempre ter sido a com menos membros. - Irritada, a Glaistig trincou meus dentes tão fortemente, que cheguei a
sentir medo que eles acabassem se quebrando.
- Infelizmente... Nas outras
que eles conseguiram entrar, só conseguiram porque a maior parte das pessoas
estavam em missão... – Joseph fez uma
pausa, talvez esperando que Helena dissesse algo, mas ela permaneceu
teimosamente em silêncio. – Você sabe que a culpa não é do remanejamento
de membros, mas sim porque o recrutamento nas Américas sempre foi baixo. Tanto
entre os humanos, como entre os seres dos Setes Mundos. Os que vivem no
continente americano ajudam a Stella Bianca de modo informal, não se ligam à
Ordem definitivamente, como nas outras unidades... E não estou nem falando dos
Fae Padrinhos e Madrinhas.
- Eu sei, Jos... – a nossa voz tinha voltado ao tom tristonho. –
Ainda assim, eles precisam de um novo comandante...
- E eu vou providenciar um novo
comandante, ele deve chegar até o fim da semana. Mas quanto ao resto do efetivo,
vão ter de se virar... Vou tentar encontrar gente da Sétima Unidade disposta a
ajudar a caçar quem os Demônios levaram, mas não posso garantir nada...
Acredite quando digo que a primeira está uma loucura por causa desses ataques
sincronizados.
- Acredito... – aparentemente, não havia mais nada a dizer
de fato, ao menos, relacionado à Stella Bianca. Mas havia um pouco de tensão no
espírito de Helena. Havia mais a ser dito.
- Fala... – murmurei para ela, e seu rosto me sorriu suavemente no
labirinto.
- Cuida bem do nosso brotinho de
gente. Encontre uma Glaistig não-sanguinária para guiá-la durante as próximas
metamorfoses e ensiná-la a se controlar quando a sede vier. Quanto mais cedo
melhor... Falta pouco para a próxima...
- Vou fazer isso... – Joseph parou, e eu pude perceber que a voz
dele estava embargada. Era estranho para eu saber que os dois estavam juntos em
segredo e contra as normas não-escritas da Ordem, e que inclusive tinham uma
pequena Glaistig. Nada, absolutamente nada em Helena indicava tal fato.
Imaginei quantas metamorfoses a filha dela tinha. Se ela tivesse o meu
equivalente em anos...
Me senti culpada com essa possibilidade, porque indicaria que eu tinha
tido mais tempo com Helena do que a própria filha dela.
- Helena...
- Sim?
- Posso conhecer sua filha?
Ela sorriu-me.
- Claro. Estava nos nossos planos trazê-la para a unidade em dois anos,
quando ela aprendesse a controlar a sede. Não sei se vai continuar sendo esse
tempo, mas você vai conhecê-la. – sorri para ela. – E não se culpe. Ela é minha
filha de sangue, você é minha filha do coração, e amo as duas mais do que
jamais amei a minha própria vida.
Mordi o lábio com sua declaração, sentindo meu peito apertar
antecipadamente de saudades da minha... Mãe.
- Vou sentir sua falta... –
Joseph falou após algum tempo. Sua voz me
parecia a de alguém que chorara, e queria continuar chorando, mas se esforçava
para não fazê-lo.
Helena moldou nossos lábios num sorriso triste, mas não respondeu o
mesmo.
Ela não sabia o que a esperava no pós-passagem. Nenhum de nós que
provávamos a mortalidade sabíamos. Era um mistério que deveria permanecer até
quando morrêssemos.
- Amo você. – foi tudo que ela disse antes de desligar o telefone e deixar algumas lágrimas
escorrerem pelo nosso rosto.
Respiramos fundo, Helena provando uma última vez a maravilhosa sensação
de ar entrando e saindo de nossos pulmões. E então, a Glaistig abandonou meu
corpo suavemente, o frio da morte que envolvia seu espírito me abandonando e
cedendo lugar ao calor dos vivos, mas deixando, ainda assim, uma sensação de
abandono e saudade.
Essa sensação aumentou quando a vi sorrir-me uma última vez com seus
dentes afiados e olhos castanho-outono, segundos antes de se deixar fazer a
passagem, se desfazendo em flocos de luz que se dissolveram no ar como vapor.
Mal tive tempo de acenar em despedida.
Alanna observou o lugar onde o
espírito de Helena estava segundos antes, deixando lágrimas caírem de seus
olhos e morrerem na camiseta branca da enfermaria sem controle, fungando quando
ficava mais difícil de respirar.
O telefone à frente dela tocou de
repente, assustando a garota. Fungando de novo, puxou o fone do gancho e o
colou à orelha.
- Alanna, Oitava Unidade. – teve
de parar no meio da frase para pigarrear e recuperar a voz; além disso, ela
pode perceber como sua voz estava chorosa e embargada.
- Ela já foi, Alanna? – a voz de Joseph a alcançou, e Alanna mordeu o
lábio com força, sentindo a dor que se ocultava por trás da fala suave. A voz
dele nunca tinha um som tão suave, tão liso.
- Já. – ambos ficaram em silêncio
por alguns segundos. – Sinto muito, Joseph. – se forçou a murmurar, a voz
saindo fraca, enquanto os olhos deslizavam pela lista de baixas na tela do
computador, sentindo-se diminuir na cadeira a cada nome.
- Obrigado. – ele parou de novo, e ela pode ouvir quando ele respirou
fundo e se recompôs. – Nilton é o membro
de mais alta patente, correto?
Ali estava, a dureza à qual ela
estava acostumada. Não pode se evitar de sorrir minimamente por saber que
algumas coisas permaneceriam iguais.
- Sim, senhor.
- Coloque-o na linha, por favor.
Alanna olhou para sua cadeira do
outro lado da mesa e deixou um som estrangulado sair da garganta.
- Só um instante, senhor... Helena
esqueceu de me deixar na cadeira de rodas...
Antes de afastar o fone e gritar
pelo pai, ainda ouviu Joseph rir e deixar um sussurro dizendo “A cara dela
fazer isso” escapar.
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Syba: Mas não faça piada do meu cabelo... u.ú
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