Ninguém sabe por que o toque de Juliette é letal, mas O
Restabelecimento tem planos para ela. Planos para usá-la como arma.
No entanto, Juliette tem seus próprios planos.
Após uma vida inteira sem liberdade, ela descobriu uma
força para lutar contra todos pela primeira vez – e para obter um futuro com o
garoto que ela pensou que fosse perder para sempre.
Editora: Novo Conceito
Autora: Tahereh Mafi
Páginas: 304
“- Desculpa por ser tão imbecil – murmura ele para a
parede. Ele não me toca e eu estou desapontada feliz por ele não me
tocar. Queria que ele tivesse. Ele não deveria. Ninguém jamais deve me
tocar.”
A capa é magnífica. Não sei dizer direito, mas me
apaixonei pela capa na primeira vez que a vi. E pelo título também. E a
diagramação também ficou muito boa, gostei do trabalho da Novo Conceito com os
números dos capítulos parecendo vidro rachado/quebrado. Deu a sensação de
estilhaçar mesmo.
Agora, o que realmente me fez amar o livro... Não foi
muito a história. Não me levem a mal, a história é apaixonante, mesmo que o
final me tenha lembrado... Não, não vou contar, é spoiler. Mas mesmo assim é
uma boa história, que não ficou clichê, pelo menos na forma como percebi.
“Eles tomaram tudo. Minha vida. Meu futuro. Minha
lucidez. Minha liberdade.”
O que realmente me fez amar o livro... Foi a forma de
narrar da Tahereh. É tão... Envolvente...
As partes que, como os quotes anteriores, colocam os
sentimentos e sensações que a personagem não quer falar, as falas implícitas,
de forma encoberta ao ser riscada... E... A forma como Juliette descreve as
formas como se sente... Meu Deus, é intenso... Eu me sentia sendo Juliette. Eu
chorei junto dela. Queria tanto oferecer um ombro amigo para que ela
chorasse...
“Adam será punido pelos meus erros. Pela minha
desobediência.
Quero inundar de lágrimas um balde de arrependimento.”
O arrependimento é expressado tão claramente que me tocou
nessa parte. Eu sabia exatamente como a Juliette se sentia, porque a sensação
que tinha na época em que discutia com meu pai era igualzinha. Eu SEMPRE me
arrependia do que falava, independente de com quem a razão estivesse.
“Matar tempo não é tão difícil quanto parece.
Posso atirar uma centena de números no peito e vê-los
sangrar pontos decimais na palma de minha mão. Posso rasgar os números de um
relógio e ver os ponteiros das horas fazer tique-taque tique-taque tique-taque,
seu taque final pouco antes de eu pegar no sono. Posso sufocar os segundos
apenas segurando minha respiração. Há horas ando assassinando minutos e ninguém
parece prestar atenção.”
A sensação de tédio é realmente intensa e bem descrita. É
exatamente assim que me sinto quando olhar pra parede é mais interessante que
tudo.
“Engulo meu estômago. Meus olhos se levantam bruscamente
para ler seu rosto, mas eu sou uma confusão de eletricidade, zunindo com vida e
relâmpago, quente e fria, e meu coração é errante. Estou tremendo em seus
braços e meus lábios se apartaram por nenhuma razão.
Sua boca atenua-se em um sorriso. Meus ossos
desaparecem.”
Acredito que não precise dar descrições sobre...
Entenderam aonde quero chegar? A narrativa é apaixonante,
intensa. É por isso que, apesar da falta de informação, gosto tanto de primeira
pessoa... Os sentimentos e sensações do personagem são mais intensos, e você
mergulha de cabeça, você se transforma no personagem.
E Tahereh soube fazer isso com Estilhaça-me.
E os personagens... Weber é... É... apesar de
obsessivo-compulsivo, cruel, e todo o mais... Tenshi não nega atração. Mesmo
com todas as vezes que ele tentou obrigar Juliette à algo, ou o que quer que
fosse, eu me sentia... Não sei dizer. Mas... Pode-se dizer que eu queria
ajudá-lo. E o desespero que ele parece sentir para que Juliette o ame, mesmo
que o que ele sinta por ela não seja amor, mas obsessão... Me fez pensar e
imaginar pelo que ele passou. Me faz ter pena dele.
Adam é... Não sei, uma gracinha? Fofura? Eu gostei dele,
da devoção que ele tem pela Juliette e por um personagem que não vou contar. É
bonito de se imaginar. Mas, sério, no geral, é isso que salva ele, porque,
particularmente, eu o achei meio sem sal... Corajoso e todo o mais, mas, sem
sal...
Tem um terceiro personagem, que ganha certa importância a
partir de uma parte do livro. Não vou contar o nome, mas adianto que, se ele
não tivesse aparecido, Weber continuaria com o meu posto particular de galãs de
Estilhaça-me.
Admirei a bondade da Juliette, a coragem, e a imensa
vontade dela em contrariar as opiniões de Weber, que afirma que deve usar seu
poder para dominar e todo o mais. Ela realmente faz o que tem de fazer para
proteger e ajudar aqueles que ama. Realmente.
Recomendo. Um zilhão de vezes: recomendo.
PS: O melhor é a ausência de triângulo amoroso. Eu não
sei vocês, mas ando MUITO enjoada com triângulos amorosos...
Syba manda beijos!
Porque ela me parece com a War de Good Omens?
ResponderExcluir" Ela era bela, bela como uma floresta em chamas, uma coisa para se admirar de longe, não chegando muito perto..."
Sério? Vai saber, talvez a Tahereh goste de Neil Gaiman u.u
ExcluirAliás, já leu O Livro do Cemitério?! É dele!