08 janeiro 2018

Resenha: O Maior Show do Mundo

Era pra essa resenha ter saído na semana da Black Friday, mas né... Universitária again. Apenas meus imensos pedidos de desculpa ao autor.

Fonte
Editora: Amazon
Autor: A. R. Miranda
Páginas: 349


"– Graças a Deus, Valtinho!
– O que rolou de tão sério?
– Prefiro que você veja.
– É bom
mesmo que seja sério. Que tipo de merda fizeram que não pode esperar até às dez da manhã?
– Do tipo irreversível.
Nada é irreversível, Paulo! – Valtinho estava furioso.
– Acho que você vai mudar de opinião." (pg. 6)

Como falar desse livro que eu li em um dia?

SIM! UM DIA! "O Maior Show do Mundo" é desses, sabe. Tu vai lendo e lendo e lendo e quando vê, terminou! Tudo graças à narrativa, que combina direitinho com a história contada: um reality show que se vê mudado das formas mais bizarras devido ao assassinato de um dos participantes.

É uma narrativa fluída, envolvente e leve, que conduz bem a história dentro da proposta. Não é descritiva de mais e nem de menos, é na medida pra manter o suspense, entregar as peças de acordo com o que os personagens presenciam e claro, criar tensão nos momentos certos. Não é uma narrativa que explora excessivamente o psicológico dos personagens ou as descrições dos cenários e pessoas ao extremo, mas cumpre bem o papel de entregar relances da mente desses personagens através de diálogos e acontecimentos, trazendo o leitor para mais perto, para interpretar junto com o narrador o que acontece.

Não é o meu estilo favorito de narrativa - amo as que mergulham no psicológico e no cenário e são descritivas e nem um pouco minimalistas - mas eu gostei de como A. R. Miranda a usou; dá pra perceber que ele domina a narrativa e tem controle da história.

Outro ponto são os personagens. Como já mencionei, a narrativa prefere expôs-los apenas através de ações e diálogos e acontecimentos, e faz isso bem. Eles se tornam mais carismáticos e humanos, pessoas reais e não apenas personagens. Fica fácil imaginá-los na vida como a conhecemos por conta de seus trejeitos de fala e de linguagem corporal e é quase impossível confundi-los mesmo que não se lembre o nome de todos, porque são bem desenvolvidos e caracterizados individualmente. É impossível confundir o protagonista Valtinho com o patrão dele. É impossível confundir a namorada do Valtinho com a irmã dela (eu falei que não lembro o nome de todos).

Cada um deles foi bem incrementado à trama e à vida do protagonista e à história, tornando-os únicos. Não apenas isso, mas suas evoluções no decorrer dos acontecimentos também foi bem feito: sutil na medida certa, de forma que quando aparecem no final, mesmo que mudem, é fácil identificá-los ainda. Fiquei realmente bem feliz com o trabalho do autor em cima dos personagens, não nego.

Infelizmente, não tenho apenas elogios. Enquanto a narrativa e os personagens são realmente muito bons e casam direitinho, particularmente achei a história em si ligeiramente previsível. Assim... Na metade do livro, talvez antes, eu já sabia quem era o culpado das mortes. E acertei. Eu sei, eu sei que tem aquela questão de "observador externo" que ajuda, mas ainda assim... Gosto de ser surpreendida numa trama que envolve assassinatos e afins.

Apesar disso, o plot cumpre bem a proposta e é bem desenvolvido. Só eu mesmo que gosto de surpresas, e até que o final em si não me surpreendeu. Não me interpretem mal: sim, não fui surpreendida, mas eu amei o livro! Apesar do final, a narrativa e os personagens e mesmo a história não deixam a peteca cair, é um ritmo muito bom! É uma ótima leitura pra relaxar e se divertir - porque, embora eu não tenha mencionado, é um livro que te faz rir pra caramba das situações dos personagens e das conversas entre eles.

Então, SIM, apesar do assassino que pode ser descoberto facilmente pelo leitor, recomendo muito livro!

Classificação Final:


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