29 dezembro 2016

Resenha: O Velho Mundo - Abrem-se os Portões de Érebo


Editora: Giostri
Autora: Kátia Regina Souza
Páginas: 251

"E foi assim que tudo acabou. Afinal... Até onde você iria por amor?" (não tenho ideia da página, li versão ebook no celular. Mas é no final :P)

Syba: Nesse aqui a procrastinação gritou, hein? ê_e

Gabi: Nem lembra, tem mais texto que to devendo opinião x.x

E se você é um desses que to devendo, ME LEMBRA! Sério. Não vou ficar brava nem nada. A culpa é minha por causa da procrastinação x.x

Mas vamos lá, falar de "O Velho Mundo" :3 (Que eu estou arrependida de ter procrastinado tanto, mas enfim... xD)

A história começa basicamente com as nove crianças Cantrell conversando sobre um sonho estranho e que todas elas tiveram na mesma noite. Um pedido de socorro para todos os mundos. Uma convocação para salvar os mundos. Sim, meus caros, as crianças foram escolhidas para uma missão perigosa, ao que os sonhos (porque vem mais depois) indicam.

A partir daí, vemos várias interações entre as crianças para decidirem o que fazer e afins, assim como típicas discussões entre primos - porque se elas não existirem, tem algo errado xD - e temos relances de momentos que envolvem os responsáveis por escolherem as crianças para tal missão de salvar mundos. Até que afinal lá vãos eles e viajam para onde tem de ir usando um portal na Árvore Monstro, uma árvore grandona na praça na vizinhança das casas das crianças.

Do outro lado do portal, eles encontram o reino de Akilis, no Velho Mundo. Conhecem mais alguns dos seres estranhos e incríveis que compõem a mitologia da história e finalmente descobrem toda a treta para a qual foram convocados. Basicamente um doido varrido por poder e Senhor do Escuro que voltou do lugar para onde tinha ido quando morreu - Érebro - e uma profecia da destruição de todos os treze mundos pelos deuses. A principal função das crianças vai ser conseguir providenciar um determinado elixir que permitirá aos habitantes dos mundos sobreviverem/terem mais tempo com relação à essa profecia.

Gostei de como a autora misturou elementos de diversas mitologias, pelo menos os nomes, junto com outras coisas criadas por ela própria, criando uma mitologia única. É interessante, embora eu particularmente tenha minhas ressalvas - como com a história apresentada como origem do Papai Noel e do Natal, que eu prefiro as partes mais históricas apoiadas em São Nicolau e festas absorvidas pela Igreja Católica, e a questão de apresentar a tecnologia e a ciência, apesar de suas coisas boas, como algo "mal" ao final por "alimentar a ganância e a facilidade do homem", por assim se dizer, sendo que o que vejo é que o problema está no homem, e não na tecnologia; com ou sem tecnologia o homem é capaz de coisas terríveis mas também de coisas boas, aquela história de alimentar o cachorro bom e o cachorro ruim dentro de nós. E a tecnologia não é a culpada, mas sim aqueles que "alimentam o cachorro ruim". E isso, meus caros, como a história deixa claro ao final, não é exclusividade humana.

Num mundo com magia, impedir o desenvolvimento tecnológico é, pra mim, até meio... Burro. Como se, apesar das limitações da magia, alguém mal-intencionado não fosse capaz de realizar coisas tão terríveis quanto seria capaz com tecnologia (aliás, é o que foi feito :P). E considerando que na história eles já tinham visto por onde o desenvolvimento tecnológico podia ir sem limites... Era só aprender com os erros dos outros. Nós já temos várias tecnologias de reciclagem e afins que são ecológicas, para carros e afins; muitas ainda não estão implantadas ou são acessíveis ao público por questões principalmente legais, de patente e financiamento. É mais uma questão de diferença filosófica entre mim e o livro, e não quer dizer que a história seja ruim. Longe disso. Mas é fato que só pelo fato de ter proibido o desenvolvimento tecnológico, Karkus, o líder do Velho Mundo, entrou na minha "zona negra profunda de personagens" = personagens que eu não confio E não gosto E não respeito mas nem fu* (são raros os personagens nessa zona, é muito difícil os três de uma vez :P). Mas vamos parar com a minha encheção de saco sobre o assunto xD

Não vou contar o que acontece após as crianças afinal descobrirem para que foram chamadas. Não vou estragar a surpresa de vocês. Mas altas tretas, MUITAS tretas, isso garanto.

Provavelmente porque todas as crianças da família Cantrell são apresentadas "de uma vez" no começo do livro, tive um pouco de dificuldade para ligar nomes e personalidades e aparências e idades em alguns casos (eles acabaram ficando meio "em branco" e "genéricos" na minha cabeça por conta disso), mas apesar disso, conforme o livro correu, passei a identificar melhor quais tinham quais personalidades. Aliás: Ágata e seu sono imenso e escrita... It's me, definitivamente :v Os outros personagens de importância apresentados são bem desenvolvidos e... Divertidos, devo dizer, em alguns casos. Harque e Wolf, por exemplo, são personagens naquele tipo de amizade bruta onde só se xingam, mas não vivem um sem o outro. Normalmente, são as melhores amizades a serem vistas no meio literário. E na vida real.

O livro tem uma narrativa muito gostosa. É fácil de acompanhar e de visualizar os acontecimentos e ambientes e os personagens - embora em alguns momentos, comparando a como eu e meus primos nos comportávamos e falávamos, eu tenha tido a sensação de um discurso muito maduro para as crianças, considerando as idades, no quesito de construção das frases e de vocabulário. Só em alguns momentos; no geral, os diálogos entre as crianças são bem construídos e naturais. Continuando, é uma narrativa que combina com a história contada. E a revisão também está de parabéns, apesar de alguns pequenos problemas quando a palavra "obrigado" aparecia - mesmo quando o falante era do gênero masculino, a palavra estava no feminino xD Erro de digitação que passou batido, provavelmente. Foi o único problema real que percebi.

No geral, é um livro que eu gostei muito, onde apesar do mundo ser "perfeitinho" em alguns quesitos "só por não ter tecnologia e respeitar tanto assim a natureza" *girar de olhos por lembrar das atrocidades que tiveram no passado humano quando a tecnologia ainda não existia*, ainda tem suas mazelas e coisas ruins especialmente no campo das interações entre aqueles que habitam o Velho Mundo, apresentando tudo de uma forma lógica e de certa forma delicada que fica, pelo menos na minha opinião, adequada a um público infanto-juvenil.

Apesar do... Bem... Final... Longe de... Feliz... Por conta dele, talvez seja ideal para crianças acima dos dez anos em quesito maturidade. Não é um final "Harry Potter e a Pedra Filosofal" nem qualquer outro do tipo, e embora literariamente muito bom, não considero ideal para uma criança mais inocente por conta especialmente do final controverso. Mas com crianças mais velhas... Ah, prato cheio para discussões de bem e mal e fanatismo e limites.

Estou realmente curiosa pra saber se terá uma continuação. O final é altamente impactante e, bem, abre um belo de um precedente para o surgimento de um "vilão" (eu não considerária vilão) memorável para futuros livros à partir dos acontecimentos presenciados. Kátia, responde aí, vai ter continuação? :P

É até chato ter um instinto tão bom quanto a vilões e afins, porque no final do livro minhas suspeitas sobre determinados personagens se mostraram reais ê_e Ainda mais chato porque o fato de eu estar certa significou o fim que teve o livro :/

E respondendo a pergunta "Até onde você iria por amor?": Sabe a coisa chamada "livre arbítrio"? Eu nunca condenaria bilhões por causa do que no final é resultado do livre arbítrio de apenas uma porcentagem relativamente pequena destes. Especialmente não arrancaria o que foi chamado de "segunda chance". Fazer isso me transformaria justamente no que abomino: alguém sem respeito pela vida e pelo livre arbítrio alheio. De que adianta fazer tanta coisa por amor... E vender meus princípios nisso?

Você pode adquirir o livro pelo site da autora, aqui: http://katiareginasouza.com/ (ainda não adquiri minha cópia física por motivos de: tenho de me organizar financeiramente x.x)

Classificação Final:





PS: Mil desculpas pela resenha enorme e meio "avoada" em alguns quesitos .-.'

2 comentários:

  1. Oie, Gabrielle!
    Parece ser um livro divertido e despretensioso. Gostei dos questionamentos que a autora colocou no livro, incluindo a visão ruim quanto a tecnologia que o vilão tem. Arriscado, porque pode correr o perigo de não ser compreendida pelos leitores e eles criticarem-na por isso - você foi racional e soube separar as coisas, mas muita gente peca nisso, infelizmente. Falta maturidade pra ler.
    Ótima resenha!

    Beijos,
    Celly • Me Livrando

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    Respostas
    1. Oi, Celly!
      O livro é divertido sim, mas não tão despretensioso com esse esse final digno de um As Mentiras de Locke Lamora no sentido tragédias u_u Sim! Os questionamentos da autora são muito bons! Eu no começo estava bem incerta e quase na turma dos que criticam a questão da tecnologia como foi apresentada, mas conforme o livro correu, percebi que a autora tentou mostrar que não era exatamente isso nos acontecimentos, por isso acabei trazendo essa discussão. A questão é perceber nas entrelinhas essa questão.
      Fico feliz que tenha gostado da resenha, e continuarei a me empenhar para melhorá-las sempre!

      Beijos!
      Gabi

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Mande beijo pra mãe, pra tia, pro namorado(a), pro cachorro, pro passarinho, dance cancan, enfim, fique a vontade, a dimensão é sua.
Syba: Mas não faça piada do meu cabelo... u.ú
Gabi: Tá, tá... ¬¬