12 setembro 2013

Resenha: Terras Metálicas



O retorno das resenhas...

Resenha pra escrever tem um monte, paciência e tempo tem não... .-. (leva pedala da Syba)

Syba: Minha cara Gabi, se você fosse mais organizada, não passava por isso...

Gabi: E eu não sei? '-'
Editora: Novo Século – Novos Talentos da Literatura Brasileira
Autor: Renato C. Nonato
Páginas: 615


“Ela estava atônita diante da visão, o corpo em queda livre em Saturno, o parque temático da Esfera. Raquel rodou e rodou, dando mortais e piruetas sem sair do lugar, graças à grande corrente de ar na direção contrária. A sensação dava frio na barriga, atiçava a liberdade, e mais... Sentia-se voando naquele céu artificial, como um peixe num oceano de pouca densidade. Era fácil entender por que voar foi uma coisa tão cobiçada por povos de eras passadas.” Pg. 8

Terras Metálicas, de Renato C. Nonato, se foca na aventura de Raquel e seus amigos na Esfera, um ambiente totalmente artificial no interior da Terra, construído muito tempo atrás devido à radiação resultante de guerras nucleares na superfície. De forma bem resumida, graças à uma frase dita por uma das professoras de Raquel após ela se tornar uma Túnel, o grupo, constituído por Tales (um Bio), Ângelo (um Exilado), Camila (uma Túnel), Liceu e Tashi (os dois últimos, mascotes eletrônicos de Camila e Raquel, especificamente), acaba descobrindo que o chamado Mainframe, a IA que cuida dos sistemas vitais da Esfera, está com um atraso, que em 3 anos, colapsará por completo.

A história é boa. Muito boa. É melhor ainda os momentos de tensão quando o grupo se infiltra na sala dos professores para conseguir verificar a veracidade da informação passada pela professora e depois no centro da Esfera, a Sede, e onde o Mainframe se encontra, e quando Isabela, uma Sibério e neta do Regente, e sua mascote Nirvana se unem à aventura.

Em meio à essa aventura, em que eles tentam descobrir como resolver o problema do Mainframe, existe a Facção, um grupo que vai contra a Elite, por os condenarem à esconder o problema do mainframe da população da Esfera, e o grupo se vê jogado no meio dessa briga em certa altura do livro. É um momento tenso em que até dá medo de continuar lendo e descobrir o que vai acontecer.

Entre os melhores momentos da história, está a luta contra a Facção, em que alguns dos personagens que possuem a inimizade de Raquel se mostram pessoas interessantes que eu fiz bem em gostar desde o início, além de ser realmente cheia de ação e de fazer a gente roer as unhas, e os últimos capítulos, em que o grupo está realizando a única ação que acreditam ser possível para ajudar a resolver o problema do mainframe (E que eu não vou contar porque é spoiler).

Os personagens possuem personalidades que são bem destacadas e expostas de acordo com suas ações, que na minha opinião, são melhores que qualquer outra coisa para definir um personagem num livro.
Sobre os termos Túnel, Bio, Sibétio, Antena e Exilado, deixo para o livro responder essa questão.

A capa me faz pensar no Tashi, mas também em como seria a Esfera vista de fora, e a revisão foi muito bem feita, embora um trecho ou outro tenha ficado meio confuso e tenha sido necessário voltar um pouco e reler.

Tenho somente uma única crítica: não é exatamente pelo livro ser longo, mas particularmente, acho que algumas cenas podiam ter ficado de fora ou serem reduzidas. Embora elas tenham feito parte da construção dos personagens e do mundo, são cenas que, como um todo, na história, não fizeram uma diferença tão grande. Por exemplo, antes de acessarem as informações conseguidas na sala dos professores, existe uma grande cena descrevendo o grupo jogando o chamado Esfera Avançada, com óculos de realidade virtual, que, particularmente, acredito que podia ser uma cena pelo menos reduzida na versão final. Sim, é ótimo para ajudar a mergulhar na história e no mundo da Esfera, mas a cena como um todo podia ser mais curta, sem descrever em detalhes a partida do jogo. Opinião minha.

Apesar disso, recomendo o livro. É uma história excelente, ótima para representar a literatura nacional de scifi, com um final meio que em aberto e que me faz perguntar se existirá uma continuação.

Enfim, é apenas por causa das que eu classifiquei como “cenas desnecessariamente longas” que o livro perdeu um coraçãozinho.

Classificação final:

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Mande beijo pra mãe, pra tia, pro namorado(a), pro cachorro, pro passarinho, dance cancan, enfim, fique a vontade, a dimensão é sua.
Syba: Mas não faça piada do meu cabelo... u.ú
Gabi: Tá, tá... ¬¬